Compaixão implica em aproximar-se daqueles que sofrem, mas só conseguimos nos aproximar de alguém quando estamos dispostos a nos tornar vulneráveis. Uma pessoa compassiva diz: “Eu sou seu irmão; Eu sou sua irmã; Eu sou humano, frágil e mortal, assim como você. Suas lágrimas não me assustam, nem temo sua dor. Eu também chorei. Eu também senti dor.” Só podemos estar com o outro quando o outro deixa de ser um estranho e se torna semelhante a nós.
Essa talvez seja a principal razão pela qual muitas vezes é mais fácil demonstrar piedade do que compaixão. Aqueles que estão sofrendo nos chamam a tomar consciência do nosso próprio sofrimento. Como posso responder à solidão de alguém se não estiver em contato com minha própria experiência de solidão? Como posso me aproximar das pessoas com deficiência se me recuso a reconhecer minhas próprias limitações? Como posso estar com os pobres se não estou disposto a admitir minha própria pobreza?
Em (Mateus 25:34-40), Jesus nos mostra com clareza sobre aqueles que acolhem a dor alheia. “Então o Rei dirá aos que estiverem à sua direita: ‘Venham, benditos de meu Pai! Recebam como herança o Reino que lhes foi preparado desde a criação do mundo. Pois eu tive fome, e vocês me deram de comer; tive sede, e vocês me deram de beber; fui estrangeiro, e vocês me acolheram; necessitei de roupas, e vocês me vestiram; estive enfermo, e vocês cuidaram de mim; estive preso, e vocês me visitaram.’ Então os justos lhe responderão: ‘Senhor, quando te vimos com fome e te demos de comer, ou com sede e te demos de beber? Quando te vimos como estrangeiro e te acolhemos, ou necessitado de roupas e te vestimos? Quando te vimos enfermo ou preso e fomos te visitar?’ O Rei responderá: ‘Digo a verdade: O que vocês fizeram a algum dos meus menores irmãos, a mim o fizeram'”
Que o nosso coração seja transformado pela necessidade de acolher a fragilidade do outro, isso só será possível quando a nossa miséria for refletida diante da nossa altivez.
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